Pintando azulejos

Levante a mão quem achou que eu ia conseguir fazer uma faixinha com os azulejos fofos da Eliane (ou de qualquer outra marca) na parede da minha cozinha?

_O/

NOOOOOOTTTT!!!

Relembrando meu projeto inicial. Os azulejos que gostaria de ter usado eram esses aqui:

Ou qualquer um dos presentes nas fotos abaixo:

E a ideia era colocá-los assim, embaixo do armário acima da bancada:

Pois bem, pra minha infelicidade, esses azulejos não são vendidos em pequena quantidade. Não os da Eliane, que na minha opinião, eram os mais fofos. 

Os outros azulejos desenhadinhos até eram vendidos em quantidades menores, mas eram caros, o frete era suuuuper demorado e caro também!

Foi então que a maluca aqui resolveu que não deveria ser tão difícil assim pintar azulejos. Sempre fui considerada uma menina prendada, então não deveria ter dificuldades em pintar umas flores num azulejinhos, né?

Ahã, Claudia, senta lá!!!

Inocente que só, comprei azulejos brancos, tamanho 10x10, da Tecnogres, algumas tintas pra pintura em porcelana e resolvi botar a mão na massa.

Esses são os azulejos que usei

Pra começar, caí na esparrela de acreditar que as tintas da Colorfix pra porcelana funcionavam. Segundo vários vídeos publicados na internet e muito merchand, elas seriam facílimas de se usar e você poderia queimar suas peças no forno de casa mesmo.

Observação importante - Queimar??? Sim, caros leitores, toda pintura em porcelana precisa ser queimada em fornos de temperaturas altíssimas, senão sua arte simplesmente descasca da peça depois de seca.

Não se enganem, as tintas da Colorfix (que você encontra em papelarias e lojas de material pra artesanato) não funcionam. Eles tem até uma canetinha que se diz milagrosa, mas que não quis pegar de jeito maneira nos meus azulejos.

Bom, como sou brasileira, não desisto nunca, certo? Resolvi partir pro profissionalismo. Entrei numa loja de porcelanas que tem lá perto de casa e comprei óleo de copaíba, tintas (são vendidas em pó) e terebentina, catei dicas na internet e comecei o processo.

Processo esse que se mostrou lento e doloroso. A primeira peça que pintei, depois de queimada, ficou bem mais ou menos. A moça que fez a queima, (uma simpatia, a Marisa), me explicou que os pontos onde a tinta tinha estourado, estavam com óleo demais, mas que se eu colocasse tinta de menos também não obteria um bom resultado.

Exemplo de uma das peças na qual a pintura estourou em alguns pontos

Foi então que começou o drama: a descoberta da mistura perfeita. Os primeiros azulejos ficaram assim:

Notem como o vermelho ficou MEGA apagado. Descobri na marra, que o vermelho é a cor mais difícil de se misturar. Pra que ele pegue de verdade na peça, você precisa trabalhar com ele quase seco. Quase nada de óleo de copaíba. Pode colocar um pouquinho de terebentina (gotinhas micras, tá?), pra que a tinta espalhe melhor, mas de forma que a cor não suma depois da queima.

Essa é a tinta vermelha misturada com o óleo. Uma pasta, praticamente.

Ah! Sem falar que é preciso ter uma senhora mão firme, pra conseguir que os desenhos fiquem bem traçados! A sorte é que a tinta sai fácil com um pano. Mesmo depois de seca (mas antes da queima, lógico!). Então errou, é só limpar e recomeçar.



Ah, sim! Eu usei luvas, porque essa tinta gruda que é uma beleza. Só sai mesmo com água raz ou solvente. E como eu não queria ficar sem pele, achei que uma proteção nos dedos nunca seria demais.

Olha, juro pra vocês que foi um exercício de paciência. Tentativa e erro total!!! Os azulejos foram e voltaram zilhões de vezes pro forno e tenho a impressão de que gastei a mesma coisa que gastaria se tivesse comprado os azulejos prontos. Mas por fim, consegui que as cores ficassem mais ou menos como eu queria. Aliás, tenho que agradecer pelo incentivo forte que recebi da Marisa. Sem a ajuda dela, eu teria desistido! Fato!

E quer saber, apesar de não ter ficado assim, nenhuma Brastemp, eu gostei do resultado! Se olharmos as peças bem de perto, vemos um monte de defeitos, mas aí eu digo que queria mesmo um estilo rústico e fica tudo certo! :)

E o prazer de olhar pra minha paredinha e saber que fui eu quem pintou os azulejos, não tem preço. Vale por todos os perrengues!!!